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domingo, 25 de abril de 2010

Cientistas descobrem corrente equivalente a 40 rios Amazonas


Cientistas descobriram uma corrente de movimento rápido no oceano profundo com volume equivalente a 40 rios Amazonas próxima à Antártida, que irá ajudar pesquisadores a monitorar os impactos das mudanças climáticas sobre os oceanos do mundo. A corrente recém descoberta é a mais densa e profunda massa de água dos oceanos de todo o mundo, que são um importante componente do sistema climático.

Segundo estudo publicado na edição de domingo da revista Nature Geoscience, uma equipe de cientistas australianos e japoneses descobriu que a corrente é uma parte fundamental de um padrão global de circulação oceânica que ajuda a controlar o clima do planeta.

Os cientistas já haviam detectado indícios da corrente, mas não tinham mais dados sobre ela. "Nós não sabíamos se era uma parte significativa da circulação ou não, e isso mostra claramente que é," disse um dos autores, Steve Rintoul.

Rintoul, do Centro Cooperativo de Pesquisas do Clima e Ecossistemas da Antártida, em Hobart, disse que a corrente é a mais rápida do oceano profundo encontrada até hoje, com uma velocidade média de 20 cm por segundo. Ela transporta mais de 12 milhões de m³ por segundo de água fria e salgada da Antártida.

"Essas são as maiores velocidades que vimos até agora nesta profundidade, de 3 km abaixo da superfície, o que foi realmente uma surpresa para nós", disse.

A corrente é parte de uma rede muito maior que atravessa os oceanos do mundo, agindo como uma esteira rolante gigante para distribuir o calor ao redor do globo.

Os oceanos são também um grande estoque de dióxido de carbono, o principal gás causador do efeito estufa que é emitido naturalmente e pelo homem, principalmente pela queima de combustíveis fósseis.

A equipe usou equipamentos de medição ancorados ao fundo do mar em profundidades de até 4,5 km e registrou a velocidade da corrente, sua temperatura e salinidade durante um período de dois anos.

"As medições contínuas nos permitem, pela primeira vez, determinar a quantidade de água que a corrente profunda leva para o norte," disse Rintoul.

Ele afirmou que uma questão-chave para prever o clima é saber se a circulação vai se manter com a sua força atual ou se é sensível a alterações como as mudanças climáticas. Isso requer ainda mais melhorias nas medições da velocidade e do volume da água salgada fria ao redor da Antártida.

Fonte: Terra

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