quarta-feira, 20 de abril de 2011
Um ano após vazamento, Obama promete restaurar Golfo do México
O presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu nesta quarta-feira (10) fazer "o que for necessário" para restaurar a costa do Golfo de México, um ano depois do grande desastre ambiental do vazamento provocado pela British Petroleum.
"Os acontecimentos de 20 de abril de 2010 e o subsequente vazamento de petróleo destacam o delicado vínculo entre a saúde do meio ambiente e da economia do Golfo do México", afirma Obama em um comunicado.
"Meu governo está comprometido para fazer o que for necessário para proteger e restaurar a costa do Golfo", completa.
No dia 20 de abril do ano passado, uma explosão destruiu a plataforma Deepwater Horizon, explorada pela britânica BP, provocou a morte de 11 pessoas e derramou cinco milhões de barris de petróleo nas águas do Golfo do México.
O petróleo se espalhou no mar durante três meses, antes que o poço danificado pudesse ser selado, e o derramamento teve um efeito devastador nos moradores da costa do golfo, no ecossistema e nas vitais indústrias do turismo e da pesca.
Obama prometeu "responsabilizar totalmente a BP e outras partes responsáveis pelo dano feito e pelas dolorosas perdas causadas".
Mas seus comentários enfatizaram os contínuos esforços de recuperação, ao afirmar que ainda são realizados trabalhos de limpeza.
"Desde o início, meu governo utilizou todos os recursos disponíveis para resistir e dar a maior resposta a um derramamento de petróleo na história de nossa nação", acrescentou.
"No ponto mais alto da resposta, aproximadamente 48 mil homens e mulheres trabalharam incansavelmente para mitigar os piores impactos do derramamento. Apesar de ter conquistado avanços significativos, o trabalho não está finalizado", indicou.
A maré negra foi 19 vezes maior que a causada em 1989 pela Exxon Valdez, e é superada apenas por um derramamento ocorrido em 1910 na Califórnia e pelos vazamentos deliberados realizados pelas tropas iraquianas na Guerra do Golfo de 1991.
Donna McCormick ora nesta quarta-feira (20) pelas vítimas do vazamento, em Orange Beach, no estado americano do Alabama
A BP teve perdas relacionadas ao derramamento de US$ 40,9 bilhões em 2010, incluindo os US$ 13,6 bilhões utilizados para a resposta inicial ao desastre.
Além disso, estabeleceu um fundo de US$ 20 bilhões para cobrir os pedidos de indenizações de pescadores e outros afetados pelo derramamento, embora em seu informe anual a BP tenha afirmado que não pode estimar o que eventualmente terá que pagar nesta questão.
A petroleira britânica também enfrenta o pagamento de multas aplicadas pelo governo americano e será responsável por reparar os danos ambientais.
Fonte: http://g1.globo.com
Plano de levar lêmures para ilha caribenha preocupa cientistas
O lêmure vermelho é uma espécie bastante ameaçada
Um conhecido empresário britânico está levando adiante um plano de introduzir espécies de lêmures em uma ilha caribenha.
Richard Branson, dono do império Virgin - cujos negócios abrangem de linhas aéreas a selos de música e telefonia celular - quer transportar os pequenos primatas, nativos de Madagascar, no leste da África, para as ilhas Moskito e Necker, de sua propriedade.
O plano do milionário, de soltar os lêmures nas florestas das ilhas, está preocupando cientistas. Eles argumentam que, no passado, iniciativas semelhantes, envolvendo outras espécies, tiveram resultados desastrosos.
A equipe de Branson insiste que tanto os lêmures, que virão de zoológicos, quanto os animais nativos da ilha ficarão bem. Introduzir espécies de um continente em outro, com o objetivo de preservá-las, é algo que nunca foi feito. Há várias espécies de lêmures. Elas são encontradas exclusivamente na ilha de Madagascar e muitas correm risco de extinção, em grande parte, por causa do desmatamento.
O problema piorou desde a queda do presidente Marc Ravalomanana, há dois anos. Desde então, houve um florescimento na atividade madeireira na ilha. Falando à BBC, Branson disse: "Estamos tentando preservar os lêmures mas, infelizmente, em Madagascar, com a queda do governo (desde 2009, quando o presidente foi derrubado pelo líder da oposição com apoio do Exército, o gfoverno está em crise) o espaço para os lêmures está cada vez menor".
"Aqui em Moskito Island temos uma bela floresta", explicou. "Trouxemos especialistas da África do Sul e eles dizem que seria um lugar perfeito, onde lêmures podem ser protegidos e procriar".
Entre as espécies que Branson pretende introduzir em suas ilhas está o lêmur vermelho (Varecia variegata rubra) e o lêmur de cauda anelada (Lemurcatta). Ambas estão incluídas na Lista Vermelha de espécies ameaçadas de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).
Paraíso Ecológico
Moskito ou Mosquito Island é uma entre duas ilhas que Branson possui nas Ilhas Virgens Birtânicas. Várias mansões de luxo estão sendo construídas no local.
Na outra ilha, Necker, foi construído um complexo turístico ecológico com diárias em torno de US$ 2 mil. O novo projeto do empresário está despertando muito interesse na região. Fóruns em sites locais estão cheios de comentários de pessoas contrárias ou favoráveis à ideia e aumentam os bate-bocas entre políticos das ilhas.
Cientistas entrevistados pela BBC disseram estar preocupados com a iniciativa. Simon Stuart, ambientalista e presidente da Comissão de Sobrevivência de Espécies da IUCN, disse: "Talvez (Branson) tenha encontrado algumas pessoas que disseram que não há problema, mas (que outras espécies) vivem na ilha, e como podem ser afetadas?", perguntou o especialista.
"Eu ficaria preocupado e gostaria de ter algumas explicações". Stuart disse que talvez o projeto seja uma contravenção ao código da IUCN de translocações. O código foi criado para impedir a repetição de desastres anteriores, como, por exemplo, a introdução de coelhos na Austrália. O código determina que translocações não devem jamais ser feitas em ecossistemas naturais.
Quando acontecem em áreas já alteradas pela ação do homem, é preciso que haja períodos experimentais controlados e avaliações contínuas. "O estrago causado por introduções danosas em sistemas naturais supera de longe os benefícios obtidos", diz o documento. O coordenador de um grupo da IUCN especializado em primatas de Madagascar, Christoph Schwitzer, disse que os lêmures deveriam ficar confinados.
"O projeto só seria aceitável se ele (Branson) tivesse a intenção de manter os lêmures em um ambiente controlado, ou seja, em uma área cercada onde eles não poderiam trazer problemas para a fauna e flora nativas", disse.
"É crucial que essa iniciativa não mande a mensagem errada às pessoas, de que talvez seja uma boa ideia ter lêmures como bichos de estimação, para o prazer pessoal".
Alerta
Schwitzer avisou que pode haver impacto sobre a vida local. Algumas espécies de lêmur se alimentam apenas de frutas. Outras comem o que estiver por perto, incluindo lagartos e outros animais pequenos.
"Talvez haja pássaros chocando ovos em ninhos. Os lêmures podem tentar comer seus ovos. Ou talvez haja pequenos invertebrados que os lêmures podem tentar comer", explicou. As ilhas Necker e Moskito são habitadas por répteis, entre eles, espécies de iguanas e lagartixas. Ambientalistas locais estão particularmente preocupados com esses animais.
Branson disse à BBC que uma avaliação de impacto ambiental teria sido feita na Moskito Island. Grupos que se opõem ao projeto argumentam, no entanto, que a avaliação não incluiu a questão da introdução de espécies exóticas. O empresário disse que se fosse constatado que os lêmures representavam algum perigo para a vida local, medidas de proteção seriam adotadas.
Benefícios
Não está claro por que Branson quer introduzir os animais nas ilhas. Há poucas chances de que os primatas tenham grande impacto em seus empreendimentos no campo do turismo ecológico. Os lêmures da cauda anelada serão os primeiros a chegar. São criaturas adaptáveis, que gostam de ovos de pássaros.
Um dos principais consultores de Branson é Lara Mostert, uma das gerentes do
Monkeyland Primate Sanctuary, um santuário onde várias espécies de macacos e de lêmures vivem juntas em uma área florestal na África do Sul. Ela disse que os lêmures do empresário britânico teriam uma vida muito melhor (nas ilhas) do que nos zoológicos onde vivem hoje. Alguns, segundo ela, em "condições terríveis".
"Infelizmente, primatas se tornaram uma espécie de negócio. São vistos como mercadorias", disse Mostert. Ela disse que gosta do plano de Branson porque ele não pretende vender os animais. Mostert acha, também, que os lêmures vão florescer na ilha.
Branson argumenta ainda que o projeto trará benefícios para a conservação das espécies e que, em algum momento no futuro, os animais poderão ser reintroduzidos em Madagascar. Mas programas de reprodução no cativeiro já existem para este fim.
'Medidas Extremas'
Apesar da apreensão de muitos, o plano foi aprovado pelo governo das Ilhas Virgens Birtânicas e parece estar seguindo adiante. O primeiro grupo, com cerca de 30 lêmures da cauda anelada, deve chegar dentro de algumas semanas, vindo de zoológicos na Suécia, África do Sul e Canadá.
O lêmure vermelho, uma espécie bastante ameaçada, pode ser o próximo, seguido do sifaka. À medida que aumentam as ameaças à diversidade em todo o mundo, transportar espécies de um local para outro para conservação é um dos "esquemas extremos" que ambientalistas discutem e até começam a implementar. Mas quase sem exceções, essas translocações estão ocorrendo dentro de regiões ecológicas de onde se origina o animal - e não do outro lado do planeta.
Fonte: Terra
terça-feira, 19 de abril de 2011
Feriado de Páscoa
Assinar:
Postagens (Atom)