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sábado, 15 de janeiro de 2011

Caramujos africanos gigantes infestam bairros de Florianópolis



Com a chegada do verão e o período de chuvas, uma nova praga está se alastrando por vários bairros de Florianópolis. A infestação de caramujos africanos gigantes está aumenta a cada ano e preocupa a população local por causa das doenças que o animal causa.

O chamado caramujo africano (Achatina Fulica), ocupa normalmente terrenos baldios e áreas de cultivo de hortaliças. O molusco, que pode atingir 15 cm de comprimento e pesar até 200 g, se prolifera rapidamente e já começa a causar muitas dores de cabeça a moradores de algumas praias.



A ameaça de infestação assusta pois o animal é vetor de doenças graves pelo fato de hospedar dois tipos de vermes. O Angiostrongylus costaricensi é causador de sérios problemas abdominais que podem levar à perfurações no intestino e até à morte por hemorragia. O outro verme é o Angiostrongylos cantonensis, principal causador da angiostrongilíase meningoencefálica humana, que tem como sintomas dor de cabeça forte e constante, rigidez da nuca e distúrbios do sistema nervoso.

Durante o dia, o animal se esconde do sol na terra. À noite, ele invade terrenos e chega sobe em árvores e paredes.

O simples toque na "gosma" que ele solta pode causar doenças. Por isso, a recomendação é a de que as pessoas não recolham caramujos sem luvas em hipótese alguma.

Reprodução assexuada acelera infestação
A proliferação é maior em áreas litorâneas. Em Florianópolis, a infestação começou pela região norte da cidade e há pelo menos dois anos sua presença vem sendo relatada com frequência em outras regiões. Por se tratar de uma espécie hermafrodita, o caramujo africano se reproduz rapidamente: um único indivíduo chega a botar 200 ovos a cada dois meses. Ele se esconde para reprodução no inverno e sai para se alimentar no verão. Com cinco meses de vida, o molusco já atinge a fase adulta e começa a se reproduzir.

No bairro do Campeche, na região sul da cidade, os caramujos vêm se transformando em uma das grandes pragas locais. O cineasta Anselmo Doll chega a retirar 200 animais de seu terreno em dias de chuva. "Eles parecem brotar do chão", afirma. "Eu mantinha plantações em meu terreno, mas fui obrigado a acabar com tudo depois que os caramujos começaram a aparecer".



Doll recolheu os caramujos e os colocou em um carrinho de mão. Ele usa sal para matá-los e depois incinera as conchas. "Ele se reproduz muito rápido e recolho mais de 100 por dia", disse. "Ano passado chegamos a fazer mutirão com os moradores para retirá-los todas as noites. O pessoal parou e os caramujos tomaram conta".

Espécie trazida como variação de escargot
De acordo com os dados da Vigilância Sanitária do estado de Santa Catarina, a proliferação dos caramujos africanos começou depois que a espécie foi introduzida clandestinamente no País no início da década de 80. Ele foi trazido do nordeste da África como uma variação popular do escargot.

Os primeiros relatos da Vigilância Sanitária sobre a presença do molusco em Santa Catarina datam de 1988. Nos últimos cinco anos, entretanto, a praga se alastrou em praticamente todos os municípios do litoral. Sua presença próxima a áreas de plantações ainda pode acarretar em sérios riscos para a população.



Apesar de ser considerada uma "ameaça à saúde pública", a prefeitura de Florianópolis não recolhe os moluscos em áreas particulares. A recomendação é a de que a comunidade use luvas para recolher os caramujos. Eles devem ser queimados em recipientes. Em seguida, as cascas deve ser quebradas e enterradas.

Fonte: Terra

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Sobreviventes do H1N1 desenvolvem superanticorpos para gripe



Estudo realizado por pesquisadores americanos sobre os anticorpos de pessoas infectadas com a gripe H1N1 é mais uma indicação de que os cientistas estão perto de uma vacina "universal" capaz de neutralizar muitas cepas de vírus da gripe, incluindo da gripe suína (H1N1) e da gripe aviária (H5N1). O artigo foi publicado no Journal of Experimental Medicine.
De acordo com os pesquisadores, as pessoas infectadas na pandemia do H1N1 desenvolveram uma resposta imune incomum, produzindo anticorpos capazes de protegê-las de todas as cepas sazonais da gripe H1N1 da última década, da cepa mortal da "gripe espanhola" de 1918 e mesmo de uma cepa da gripe aviária H5N1.

"Isso mostra que uma vacina universal para a influenza é de fato possível", disse Patrick Wilson, da Universidade de Chicago, que trabalhou no artigo.

Muitas equipes trabalham numa vacina "universal" da gripe que seria capaz de proteger as pessoas de todas as cepas de gripe durante décadas ou mesmo durante a vida inteira. Autoridades americanas afirmam que uma vacina universal da gripe eficaz terá consequências enormes para o controle da influenza, que mata entre 3,3 mil e 49 mil pessoas anualmente nos Estados Unidos.

A equipe de Wilson começou a produzir os anticorpos em 2009 a partir de nove pessoas infectadas na primeira onda de gripe suína antes do desenvolvimento da vacina contra o H1N1. A esperança era desenvolver uma forma de proteger os funcionários da saúde.

Trabalhando em parceria com pesquisadores da Escola de Medicina da Emory University, a equipe produziu 86 anticorpos que reagiram com o vírus H1N1 e os testou em diferentes cepas de vírus. Desses, cinco eram capazes de interferir com muitas cepas de vírus, incluindo a da "gripe espanhola" de 1918 e a da gripe aviária H5N1.

Testes com esses anticorpos em ratos indicaram que os animais estavam totalmente protegidos de uma dose de gripe que poderia ser letal.


Fonte:Terra