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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Chocolate pode conter mais antioxidantes que suco de frutas, diz pesquisa




A pesquisa investigou a capacidade antioxidante do chocolate
Uma nova pesquisa sugere que produtos com cacau, principal ingrediente do chocolate, podem ter mais antioxidantes do que sucos de frutas consideradas boas para a saúde justamente por serem ricas em antioxidantes.

Cientistas vêm atribuindo aos antioxidantes - como os flavanoides, substância da classe dos polifenóis - um grande número de benefícios à saúde, entre eles a prevenção de males cardíacos, de alterações no sistema nervoso e até mesmo do surgimento de rugas.

No estudo, pesquisadores do Centro para Saúde e Nutrição da Hershey, uma companhia americana fabricante de chocolates, analisaram e compararam a capacidade antioxidante, o conteúdo total de polifenóis e o conteúdo total de flavonoides de sucos e pós de frutas, cacau em pó natural, chocolate amargo (com maior porcentagem de cacau do que o chocolate ao leite) e um pó industrializado para fazer chocolate quente.

As frutas incluídas no estudo foram açaí, romã, oxicoco (cranberry) e mirtilo (blueberry), chamadas de "superfrutas" devido às suas capacidades antioxidantes.

Debra Miller, uma das líderes da pesquisa, afirmou que, com base no valor nutritivo verificado no estudo, "as sementes de cacau devem ser consideradas uma ''superfruta'' e produtos derivados do extrato de semente de cacau, como pó de cacau e chocolate escuro, como ''superalimentos''".

A pesquisa foi divulgada na publicação especializada Chemistry Central Journal.

Chocolate quente

A análise demonstrou que a capacidade antioxidante do cacau em pó foi maior do que as dos pós de mirtilo, oxicoco e de romã, na comparação por grama.

Em relação ao chocolate amargo, a análise não mostrou uma capacidade antioxidante ou presença de polifenóis significativamente maior do que a do pó de romã, mas ela foi maior do que a de todos os outros pós testados.

Mas no chocolate amargo, como no caso do pó de cacau, a presença de flavonoides foi maior do que todos os pós de frutas e o achocolatado.

Na comparação com sucos de frutas, o chocolate amargo e bebidas feitas com o pó de cacau natural mostraram ter maior total de flavanoides. No total, o chocolate só perdeu em capacidade antioxidante e total de polifenois para o suco de romã.

Os cientistas também notaram que o achocolatado fabricado para fazer chocolate quente não tem tantos benefícios oxidantes.

O problema com esses pós é que eles passam por um processo de alcalinização para suavizar o sabor do cacau. Mas, neste processo, os compostos de polifenóis são destruídos.

"Os produtos feitos com cacau alcalinizado têm valores baixos de atividade antioxidante, conteúdo total de polifenóis e conteúdo total de flavonoides", afirma o estudo.


Fonte: Terra

Desvendados mistérios de florestas fossilizadas na Antártida




Cientistas que estudam fósseis de plantas e animais encontrados na Antártida descobriram que esses seres possuíam mecanismos sofisticados que lhes permitiam sobreviver vários meses no escuro. Segundo teorias, no período em que essas criaturas viveram, cem milhões de anos atrás, a Terra estava à beira de um aquecimento extremo.

As calotas de gelo que tinham coberto os polos haviam praticamente derretido, permitindo que amplas florestas crescessem no local. Hoje, com o aumento nas médias de temperatura registradas no Continente Antártico, os cientistas não descartam a possibilidade de que plantas voltem a florescer na região.

Passado Sub-Tropical
Uma das primeiras pessoas a encontrar evidências de florestas antárticas foi o conhecido explorador britânico Robert Falcon Scott. Retornando do Polo Sul em 1912, ele encontrou fósseis de plantas na geleira Beardmore. O peso adicional dos espécimes pode ter contribuído para a sua trágica morte (Scott morreu congelado dias depois de alcançar o Polo Sul), mas revelou ao mundo o passado sub-tropical do continente.

A pesquisadora Jane Francis, da Universidade de Leeds, no norte da Inglaterra, seguiu os passos de Scott, passando dez temporadas na Antártida coletando fósseis de plantas. "Ainda acho incrivelmente fascinante a ideia de que a Antártida foi um dia coberta de florestas", disse Francis à BBC.

"Temos como certo que a Antártida sempre foi uma vastidão gelada, mas as calotas de gelo são, em termos de história geológica, relativamente recentes". Uma das mais incríveis descobertas da cientista foi feita nas Montanhas Transantárticas, não muito longe de onde Scott encontrou seus fósseis.

"Estávamos no alto dos picos gelados quando encontramos uma camada de sedimento cheia de folhas frágeis e gravetos". Mais tarde, a equipe descobriu que esses fósseis eram restos de arbustos de faia (árvore típica de climas temperados). Com idade em torno de cinco milhões de anos, os arbustos estavam entre as últimas plantas a viver no continente antes do seu resfriamento.

Outros fósseis revelam que florestas verdadeiramente subtropicais existiram na Antártida em períodos anteriores, durante a chamada "era dos dinossauros", quando níveis muito mais altos de gás carbônico provocaram um período de aquecimento global extremo no planeta.

"Se você voltar cem milhões de anos no tempo, a Antártida estava coberta de florestas (de árvores) altas, semelhantes às que existem hoje na Nova Zelândia", disse à BBC Vanessa Bowman, colega de Francis na Universidades de Leeds. "Encontramos com frequência troncos fossilizados que devem ter vindo de árvores muito grandes".

Longas Noites
Para os especialistas, a característica mais intrigante e bizarra das florestas polares era sua capacidade de sobreviver a longos invernos, onde a noite dura meses, e aos verões sem fim, quando o sol brilha à meia-noite. O cientista David Beerling, da Universidade de Sheffield, no norte do país, explica qual foi o desafio que essas espécies tiveram de enfrentar:

"Durante períodos prolongados de escuridão no inverno quente, as árvores consomem seu estoque de nutrientes", ele disse. Mas se isso continua por tempo muito longo, elas vão acabar "passando fome", disse Beerling à BBC.

Para entender como as árvores sobreviveram a essas condições extremas, Beerling fez um experimento. Entre as plantas que um dia viveram na Antártida está a espécie Ginkgo biloba, que por viver até hoje é considerada um fóssil vivo.

"O que fizemos foi plantar mudas dessas plantas em estufas sem luz onde pudemos simular as condições de luz da Antártida". "Também aumentamos a temperatura e as concentrações de CO2 para obter as mesmas condições". O experimento demonstrou que as árvores podem sobreviver incrivelmente bem a esse ambiente estranho. Embora usem seus estoques de alimento no inverno, elas compensam as perdas porque são capazes de fazer a fotossíntese 24 horas por dia no verão.

Dinossauros no escuro
Outros fósseis encontrados mostram que dinossauros também habitaram a região. O especialista em dinossauros Thomas Rich, do Victoria Museum, na Australia, encontrou vários exemplares desses fósseis. "O único esqueleto de dinossauro completo que encontramos (na região) é o Leaellynasaura. O que é realmente incomum sobre esse espécime é o crânio. Ele indica que o animal tinha lóbulos ópticos maiores", ele explicou.

Segundo o especialista, isso indica que os dinossauros polares podem ter possuído uma visão noturna extremamente desenvolvida e, portanto, estavam bem adaptados para encontrar alimento e sobreviver aos prolongados invernos antárticos.

Antártida Esmeralda
Hoje, lençóis de gelo com espessura de três quilômetros cobrem uma região que um dia foi habitada por florestas e dinossauros. Entretanto, registros geológicos oferecem provas irrefutáveis de que, em toda a história do planeta, vêm ocorrendo flutuações dramáticas no clima do Polo Sul.

Nos últimos 50 anos, a temperatura na Península Antártica subiu em torno de 2,8 ºC, um aquecimento mais rápido do que em qualquer outra parte do mundo. Se esse aquecimento continuar, os cientistas não descartam a possibilidade de que o Continente Antártico volte a ter a cor verde esmeralda.

"Isso é possível", disse Francis à BBC. "Entretanto, isso implica que espécies de plantas sejam capazes de migrar pelo Oceano do Sul, vindas de lugares como a América do Sul ou a Austrália".

fonte: Terra